quinta-feira, 2 de junho de 2011
Despedida
Degraus de aço. Feições perdidas. Uma barra de ferro fria nas costas. Perdido no momento, de olhar fixo na parede de vidro, e mente fixa no outrora. O que se passa diante dos olhos não faz sentido algum porque, embora os olhos o compreendam, a mente se recusa em esquecer o castanho brilho que devassa o os arredores. O cheiro de fumaça atordoando os pulmões tentam, em um grito angustiado, me trazer de volta para o agora. Por vezes, volto minha atenção para coisas terceiras. Entretanto, em um lapso de tempo, tudo retorna ao que era antes. Novamente a fumaça ataca meus sentidos, desta vez, para tentar me fazer esquecer do suave cheiro do shampoo. Fracasso. Impregnado na memória como uma fotografia, ela se estende por todos os sentidos em uma amálgama sinestésica. Mais degraus de aço. Em uma amostra de pura perseverança, a fumaça investe contra mim uma terceira vez. Infeliz seja, pois fora derrotada mais uma vez. Em um sinal de reconhecimento, se afasta e me abandona ao tempo. Em uma mistura felicidade e angustia, solto um sorriso amarelo ainda pensando no castanho, no shampoo. Percebo que tudo o que me resta é acreditar no cotidiano...
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Porra vey, q lindo*_*
ResponderExcluirRealmente maravilhoso!