Olhos fixos na folha. Branca, amarela, cor-de-rosa. A mente vageia, flutuando sobre prédios, colinas e postes de luz, de ruas obscuras com bordéis à esquerda e à direita, sobre-tudo e folhetos caídos próximos ao meio-fio, até passarelas congeladas com comércios pequenos, tanto de roupas como de livros, com tavernas e cheiro de urina, passando por casas de praia, surf music, restaurantes beira-mar e sequestros de figurões do mercado imobiliário. Resolvo apagar a luminária. Os olhos estão vermelhos e a cabeça, pesada. Afinal, não poderia ser para menos, pois viajar de São Petersburgo à Barcelona, passando pela Califórnia, de 1885 até 1960, é uma coisa que pode cansar a gente. Vale à pena o esforço. O foda é ficar tentando entender as viagens de ácidos de algumas pessoas... mas faz parte de toda a experiência.
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