domingo, 9 de junho de 2013

Metal retorcido

Conecta.
Esquenta; estica; modela; resfria; condensa.  A mente, o corpo.  O conceito.  Soa ridículo se preocupar com tão pouco quando visto de fora, mas soa estranho simplesmente não se importar...
É como dar um soco na parede esperando a expressão de dor da pessoa mais próxima.  Nesse meio tempo, a gente só espera não quebrar a mão...

Desconecta.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O estilo da surf-music do misantropo Dom Edgar Allan Poe

Olhos fixos na folha.  Branca, amarela, cor-de-rosa.  A mente vageia, flutuando sobre prédios, colinas e postes de luz, de ruas obscuras com bordéis à esquerda e à direita, sobre-tudo e folhetos caídos próximos ao meio-fio, até passarelas congeladas com comércios pequenos, tanto de roupas como de livros, com tavernas e cheiro de urina, passando por casas de praia, surf music, restaurantes beira-mar e sequestros de figurões do mercado imobiliário.  Resolvo apagar a luminária.  Os olhos estão vermelhos e a cabeça, pesada.  Afinal, não poderia ser para menos, pois viajar de São Petersburgo à Barcelona, passando pela Califórnia, de 1885 até 1960, é uma coisa que pode cansar a gente.  Vale à pena o esforço.  O foda é ficar tentando entender as viagens de ácidos de algumas pessoas... mas faz parte de toda a experiência.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Engasga

Estou longe... bem mais do que gostaria... bem mais do que deveria...
Os pensamentos voam, sobem, viram, descem, sobem novamente para então cessar.  E começar tudo novamente.  Nas redondezas, o volume das vozes oscila e os sentimentos se confrontam.  Os motivos que conduzem às conclusões se resumem.  Mas as opiniões divergem.  Próximos de mim estão aqueles que se dizem felizes, aqueles que se consideram felizes e os que acham a felicidade utopia em um mundo de hipocrisia.  Mas eu não.  Só não está perto.  Mas ela hei de ficar.  Ao fundo, soa a melodia de uma música do Otto tocada em um violão de cordas de náilon... "... a tua pele é crua".  O pescoço se movimenta para os lados tentando aliviar a tensão enquanto alguém se explica confusamente sobre sua opinião aparentemente controversa, mas indubitavelmente rasa.  O corpo se levanta, se movimenta e cai sobre um colchão de ar


Continua longe... só me restam saudades e meia duzia de fotos.  Mas continua longe...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Monções

Tal qual o vento que deságua sobre a face limpa, o sentimento vem e leva embora.  A sensação deixa resquícios sabor agridoce no ser.  Entregar-se.  Abrir os braços e deixar com que o sol veja seu corpo casto sem que nada caia sobre si.  Raro.  Inseguro é porque sentimentos possui.  O vento soprou... o estrago já esta feito.  O paladar sofre as consequências da emoção.  O ser pretende, mas a razão sufoca.  E derruba.  Não adianta lutar contra ela; ela existe e não a nada que se possa fazer sobre isso.  O que adianta é permanecer de pé e aprender a filtrar as coisas através dela.  Esperar para mostrar-se.  O céu se adianta ao ser e coroa a sua vitória.  Vale a pena.  O que o segundo cobra, a eternidade recompensa...

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Passageiro...


No banco traseiro de um Civic 2005 preto, de cabeça baixa.  O pescoço se movimenta levemente para a esquerda, e então, a cabeça se levanta.  O céu está levemente nublado.  Uma leve sinfonia de cores tons de cinza ao fundo regida por um coro de nuvens espaçosas e folgadas.  O pensamento se transporta para perto daquela que está ao longe, para além da tempestuosa orquestra que se arma nos céus.  Todos os pensamentos de incertezas, de alegrias e tristezas, de solidão e companheirismo se organizam de maneira caótica.  Penso sobre momentos em que posso ter agido de forma errada.  Pensar sobre isso pode ser depressivamente epifânico.  Parece que, por mais que se queira fazer funcionar, não nos cabe enganar as circunstancias e o acaso.  Vinicius de Moraes:  "Que não seja eterno, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto dure"... O sentimento de eternidade, segundo após segundo é a mais bela dádiva de qualquer paixão.  Fixar suas ideias em falhas acho que o possibilita mais lembranças, mas não te impede de ser eternamente "jovem demais para impedir que um bom amor dê errado...". Paro por aqui a divagação.  Jeff Buckley, você tem a palavra...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Imperecível

15:15.  O céu claro porém cinza pinta o dia com cores desanimadas.  Os pássaros cessaram a movimentação para render-se ao dia.  Jogado sobre uma cadeira velha e levemente confortável, procuro por algo que me alegre o dia.  Encontro em meu computador algo especial.  São  fotos tuas.  Nossas.  Um sorriso bobo me toma por um momento.  As risadas.  As brincadeiras.  Os belos momentos juntos me fazem sentir leve.  A mente repousa leve sobre o passado.  Sobre coisas que dissemos.  Sobre qualquer coisa que possa, mesmo que por um milésimo, abalar a distancia... Neste exato momento, parece que o presente nada mais é do que um motivo para lembrar o que se foi.  Por mais efêmero que sejam as brincadeiras, as risadas, eu sei que existe algo imperecível nisto tudo: sentimento.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sol

Hipocrisia minha seria não admitir.  Não admitir que o Sol não é o que deveria ser.  Não para mim...
Nada mais ele é do que o reflexo do teu sorriso a iluminar meu dia.  Do que o teu olhar carinhoso, terno, a me olhar enquanto contemplo aquilo que me maravilha em você:  você.  Nada mais do que um gesto bobo o suficiente para que a memória o reverencie com a perpetuidade.  Nada mais do que a felicidade que me traz o abraço.  O beijo.  É aquele que se esconde quando a enfermidade da saudade se abate sobre o momento.  E derruba.  Hipocrisia seria deixar de admitir, sobre mim...


você.